Faz tempo que ninguém canta uma canção falando fácil Claro-fácil, claramente das coisas que acontecem todo dia Em nosso tempo e lugar Você fica perdendo o sono Pretendendo ser o dono das palavras Ser a voz do que é novo E a vida, sempre nova, acontecendo de surpresa Caindo como pedra sobre o povo À tarde Quando eu volto do trabalho Mestre Joaquim pergunta assim pra mim Como vão as coisas? Como vão as coisas? Como vão as coisas, menino? E eu respondo assim Minha namorada voltou para o norte Ficou quase louca e arranjou um emprego muito bom Meu melhor amigo foi atropelado, voltando para casa Caso comum de trânsito Caso comum de trânsito Caso comum de trânsito Pela geografia Aprendi que há, no mundo, um lugar Onde um jovem como eu pode amar e ser feliz Procurei passagem: Avião, navio Não havia linha praquele país E aquele poeta, moreno e latino Que, em versos de sangue, a vida e o amor escreveu Onde é que ele anda? Ninguém sabe dele Fez uma viagem? Não, desapareceu Deita ao meu lado Dá-me o teu beijo Toda a noite o meu corpo será teu Eles vêm buscar-me na manhã aberta A prova mais certa que não amanheceu Não amanheceu, menina Não amanheceu, ainda